O mais recente inquérito do Banco de Portugal e do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a situação das empresas portuguesas face à crise provocada pela pandemia revela que 29% das entidades inquiridas diversificaram a sua produção devido à pandemia.
Este é um dado novo, que não constava do inquérito da semana anterior. Agora, pelos dados do Banco de Portugal e do INE, 5% das empresas diversificaram totalmente a sua produção e 24% diversificaram parcialmente. Pelo inquérito, 38% disseram não ter alterado a sua produção para fazer face à pandemia. E para 32% dos inquiridos a questão não se aplicava.
Por outro lado, 21% das empresas inquiridas admitiram ter alterado ou reforçados os canais de distribuição dos seus produtos.
O inquérito mostra ainda que, face à semana anterior, a percentagem de empresas reportando uma diminuição de volume de negócios com a pandemia permaneceu estável, em torno dos 80%. E em 39% das empresas a redução do volume de negócios foi superior a 50% face aos níveis pré-pandemia.
Segundo os dados do Banco de Portugal e do INE, seis em cada dez empresas reportaram reduções no pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar, sendo que um quarto referiu uma redução superior a 50%. "Face à semana anterior, verifica-se uma maior proporção de empresas a recorrer ao lay-off simplificado (51% face a 48%)", explica a síntese divulgada esta terça-feira pelas duas entidades.
O mesmo documento refere que "relativamente a outras medidas de apoio público recentemente implementadas, apenas uma percentagem muito pequena das empresas já beneficiou destas medidas mas existe uma percentagem mais elevada que pretende beneficiar".
"No entanto,excluindo o lay-off simplificado, uma parcela significativa das empresas (entre 46% e 58%, consoante a medida) continua a não prever o recurso a medidas de apoio", indicam os resultados do inquérito semanal.
A mesma auscultação indica que "48% das empresas afirma não ter condições para se manter em atividade por mais de dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez, verificando-se percentagens mais expressivas no grupo das empresas de micro e pequena dimensão e principalmente no setor do alojamento e restauração".
Este inquérito, que vai agora na segunda semana, ouviu cerca de 5,8 mil empresas.