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Ministro das Finanças francês: “É o fim da Zona Euro” se só a Holanda e a Alemanha puderem investir

Em entrevista ao Expresso, o ministro francês das Finanças defende a emissão conjunta de dívida com maturidades de "10 a 20 anos", para financiar investimentos nos próximos "3 a 5" anos. O novo fundo de retoma funcionaria numa lógica de subsídios e não em empréstimos, e seria a Comissão a decidir a aplicação do dinheiro. Le Maire acredita que é possível convencer alemães e holandeses a aceitarem partilhar responsabilidade porque a alternativa pode ser o fim do euro.

Gonzalo Fuentes/Reuters

O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, avisa que a Zona Euro está em risco, principalmente se não se tomarem medidas para garantir que todos os países terão oportunidades semelhantes de financiar a retoma. Só assim, argumenta, o bloco europeu não perderá a carruagem e poderá continuar a concorrer com potências económicas como os Estados Unidos ou a China.

Segundo Bruno Le Maire, em entrevista conjunta ao Expresso e a outros jornais europeus, a emissão conjunta de dívida é incontornável no financiamento da retoma, para fazer face à pandemia e ao enorme investimento que será preciso fazer. Não sabe se é preciso "um bilião ou dois biliões de euros", mas está certo de que o custo do regresso ao crescimento será elevado. Por isso, defende um Fundo de Retoma, disponível não só para os 19 países da moeda única, mas para o conjunto dos 27. E não está a falar de "empréstimos" aos Estados, mas sim de "subsídios ou subvenções" ('grants'), que seriam geridas e decididas pela Comissão Europeia.