Coronavírus

“Quando poderia ter dado para o torto” esteve lá a Jenny da Nova Zelândia e o Luís de Portugal: Boris agradece a enfermeiro português

Boris Johnson saiu do hospital no domingo de Páscoa. Teve alta depois de ter estado internado nos cuidados intensivos devido à covid-19. Já em casa gravou um vídeo onde agradeceu ao pessoal médico que o acompanhou, em especial à neozelandesa Jenny e ao português Luís, os dois enfermeiros que estiveram ao lado do primeiro-ministro britânico nas 48 horas mais complicadas do seu internamento. Ao Expresso, o hospital diz que o enfermeiro “não está disponível” para falar à imprensa

WILL OLIVER/EPA

“E ao Luís, de Portugal - perto do Porto.” É apenas assim que é identificado o enfermeiro português a quem Boris Johnson agradece os cuidados durante as 48 horas em “que as coisas poderiam ter dado para o torto”. Já em casa e a recuperar depois do internamento, o primeiro-ministro britânico gravou uma mensagem em vídeo onde agradece os cuidados de todos os profissionais de de saúde do St. Thomas Hospital, em Londres.

Contactado pelo Expresso, aquela unidade hospitalar refere que “o Luís não está disponível para entrevistas”.

“Não há palavras para expressar a minha gratidão”, diz Johnson. E em seguida enumera os nomes de vários médicos, enfermeiros e auxiliares com que se cruzou. Por fim pede permissão para destacar dois: a Jenny, que da Nova Zelândia, e o Luís, que português (“perto do Porto”, aponta o líder do Governo britânico).

Em pouco mais de cinco minutos de vídeo, Boris, que se encontra agora na residência de campo oficial do primeiro-ministro, nos arredores de Londres, sublinha que a sua vida foi salva pelo serviço nacional de saúde britânico (NHS).

“Vi a coragem não só dos médicos e dos enfermeiros mas de todos: os funcionários da limpeza, os cozinheiros, trabalhadores de todo o tipo que continuam a ir trabalhar e a pôr-se em perigo, continuam a expôr-se a este vírus mortal. É graças a essa coragem, a esse sentido de missão e a esse amor que o nosso NHS é imbatível”, diz o primeiro-ministro. E acrescenta: “E acho que não se importam se mencionar dois enfermeiros em particular, que estiveram junto à minha cama nas 48 horas em que as coisas poderiam ter corrido para o torto. São a Jenny, da Nova Zelândia - para ser exato, de Invercargill, na Ilha Sul - e o Luís, de Portugal - de perto do Porto”.

E é com recurso ao Luís e à Jenny, que “ficaram a observar todos os segundos da noite, ficaram a pensar e a cuidar e a fazer as intervenções” necessárias, que Johnson diz ter a certeza que há “milhares de outro profissionais com os mesmo cuidados da Jenny e do Luís” por todo o Reino Unido.

De acordo com os dados mais recentes da Nursing and Midwifery Council, a instituição que regula a profissão no Reino Unido e que exige inscrição dos profissionais para exercerem, em 2018/2019, existiam 33,035 enfermeiros com origem de países da União Europeia (onde estão incluídos os profissionais portugueses) e 73,308 de países de fora da UE.