A CUF está a fazer um apelo aos clientes para regressarem às suas unidades de saúde e realizarem as consultas, exames e outros atos médicos que estão a adiar. Num mensagem de correio eletrónico, a rede de unidades hospitalares privadas, detida pela José de Mello Saúde, dá conta de que “os números parecem indiciar que muitas pessoas com problemas de saúde estão, na presença de sintomas relevantes, a evitar a urgência e a atrasar consultas e exames essenciais, ou seja, a adiar o que é urgente e importante”.
E é feito o alerta: “se é esse o seu caso, não o faça. Não ignore e não adie o que é urgente e importante”.
O receio do contacto com possíveis casos de covid-19 durante uma deslocação às unidades de saúde e o dever de confinamento ditado pelo estado de emergência estarão a ditar a não comparência e o adiamento de atos médicos que estariam já agendados ou que se afiguram situações de urgência. Ao Expresso, Óscar Gaspar, presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada revelou que o panorama é “preocupante”. “Em março, tudo o que diz respeito a imagiologia (raio-x, ressonância magnética ou TAC) registou uma redução na ordem dos 95%, nos eletrocardiogramas a mesma coisa”.
Uma solução chamada teleconsulta
A missiva da CUF garante que “procurar resposta clínica é seguro. Os circuitos físicos e os protocolos de atuação em cada um dos hospitais e clínicas CUF estão pensados e implementados para a sua segurança. Pelo mesmo motivo, criámos, ainda, a possibilidade de lhe prestar cuidados de saúde remotamente, por teleconsulta, nas situações em que tal é clinicamente adequado”.
E sublinha que “se tem um exame, uma consulta, um sintoma sério, qualquer condição urgente e importante, não deixe de nos contactar; não deixe de falar com o seu médico, seja por teleconsulta ou presencialmente se necessário; e, sobretudo, em caso de urgência não adie a visita ao atendimento permanente”.
Para enquadrar de que forma a rede CUF se organizou para dar apoiar o Serviço Nacional de Saúde no âmbito do combate à pandemia do novo coronavírus, a CUF lembra que de “desde dia 16 de março que em todos os hospitais e clínicas CUF contivemos a atividade clínica não essencial para que existisse menor circulação de pessoas, ao mesmo tempo que reestruturámos os serviços e os protocolos de atuação de modo a reforçar a segurança de clientes e profissionais”.
Assim, um dos edifícios do Hospital CUF Infante Santo, em Lisboa, e uma ala autónoma do Hospital CUF Porto ficaram dedicadas aos doentes infetados, para os quais estão asseguradas 140 camas de internamento, vinte das quais de cuidados intensivos, segundo informação do grupo privado.
Covid-19. 49 internados e 157 em convalescença
“Até ontem, estes hospitais já prestaram cuidados a 49 doentes Covid-19 em regime de internamento, e mantêm-se a acompanhar 157 doentes que estão em convalescença em suas casas”, adianta a mensagem enviada aos clientes.
Onde a CUF reforça que “há vidas e doenças além da Covid-19. Todos temos o dever de recolhimento mas a vida não pára e as complicações também não (…) Os partos não são adiáveis; os AVC e enfartes não se fazem esperar; as doenças crónicas continuam crónicas a necessitar de observação; os tratamentos oncológicos não devem ser interrompidos; os exames importantes continuam a ser importantes e mais vitais se tornam a cada adiamento. Ou seja, as urgências continuam a ser urgentes e o que é importante continua a ser importante”