Coronavírus

“Mais do que duplicámos a capacidade ventilatória dos hospitais”, garante ministra da Saúde

Segundo Marta Temido, está prevista a chegada a Portugal, na próxima semana, de mais 508 ventiladores. Foram apontadas ainda as datas de 13 e 30 de abril para a chegada de mais equipamento

ANTÓNIO COTRIM

De acordo com a ministra da Saúde, Marta Temido, a capacidade ventilatória dos hospitais "mais do que duplicou desde o início de março". Para isso contribuiu o aumento do número de ventiladores que já se encontravam no sistema e foram “recuperados, testados e estão agora a uso”, e de ventiladores doados e emprestados. Se, no início de março, o número de ventiladores era de “1142”, agora são “mais de 1538”. Destes, “1151 foram comprados, 227 doados e 140 emprestados”. “85% destes aparelhos têm capacidade invasiva”, disse ainda.

Segundo a ministra da Saúde, está a prevista a chegada a Portugal, na próxima semana (6 de abril, em concreto), de mais 508 ventiladores. Foram apontadas ainda as datas de 13 e 30 de abril para a chegada de mais equipamento, incluindo ventiladores. Marta Temido deu ainda conta do material que chegou este domingo: 144 ventiladores e 280 monitores para os serviços de cuidados intensivos.

“Estamos num momento em que aumenta o número de doentes com necessidade de internamento hospitalar e doentes com necessidade de internamento em cuidados intensivos", o que, admitiu, sem tem traduzido "num aumento da pressão sobre o internamento hospitalar”. De acordo com os mais recentes números divulgados pela DGS, há, neste momento, 1085 pessoas internadas, mais nove a comparar com o anterior boletim. Destas, 267 estão quais em cuidados intensivos.

Marta Temido admite dificuldades na realização de testes

Questionada sobre as dificuldades sentidas na realização de testes, Marta Temido admitiu que sim, que tem havido "dificuldades" na marcação de testes”, mas espera que com a nova distribuição "as coisas se equilibrem na próxima semana". "Não escondemos que há dificuldades, não escondemos que marcar um teste para meados de abril não é aceitável, mas vamos tentar responder a isso".

Na conferência de imprensa, foi ainda atualizado o número de profissionais de saúde infetados, “1332”, segundo a ministra. Destes, 231 são médicos, 339 são enfermeiros e os restantes 762 são "outros profissionais de saúde, que não possível ainda discriminar por grupo", embora "o ministério esteja a trabalhar nisso". E foi também atualizada a taxa de letalidade da doença no nosso país, que é, neste momento, de 2,6%. Esta taxa tem aumentado nos últimos dias, mas Marta Temido fez questão de salientar que isso não reflete apenas o “desempenho do Serviço Nacional de Saúde”, mas também fatores como a estrutura demográfica da população. E deu o exemplo de países como a Itália, Reino Unido e Espanha, onde essa taxa é superior a 12,3%, 10,3% e 9,5%, respetivamente.

Marta Temido apelou ainda a uma "maior articulação de toda a estrutura social", para permitir o encaminhamento de casos e garantir que nos hospitais "fiquem apenas os casos graves".

“Crianças internadas mesmo com quadro clínico grave têm recuperado muito bem”

"É importante prevenir bloqueios à admissão de doentes noutras estruturas, como as unidades de cuidados continuados integrados e residências sociais para idosos", afirmou, chamando ainda a atenção para as medidas de segurança que devem ser respeitadas durante o encaminhamento desses casos.

Também presente na conferência de imprensa, Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, garantiu que as “crianças internadas, mesmo com quadro clínico grave, têm recuperado muito bem”. A maioria, aliás, “já está no domicílio e muitas foram dadas como curadas”.