Coronavírus

Covid-19. Há mais negócios de origem portuguesa a surgirem online

Registo de domínios .pt triplicou desde o início da pandemia em Portugal. Mas ajudar os pequenos comerciantes tradicionais a usarem o digital ainda é crucial: “a crise atual veio reforçar ainda mais que não estar online é como não existir”, diz ao Expresso o presidente da Associação da Economia Digital

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Nas últimas semanas, têm surgido na internet mais negócios de origem portuguesa. O registo de domínios .pt triplicou desde o início da crise provocada pela pandemia de Covid-19 em Portugal, avança ao Expresso Alexandre Nilo da Fonseca, presidente da ACEPI – Associação da Economia Digital.

“Ainda assim, é preciso perceber em que medida os portugueses vão confiar nestas marcas que não conhecem”, acrescenta.

Foi para dar mais confiança aos consumidores e estimular a procura de sites de origem portuguesa que a ACEPI decidiu disponibilizar – sem qualquer custo de adesão ou anuidade – o Selo Confio.PT a todas as empresas, se fizerem a adesão até 31 de maio.

Este é um certificado atribuído pela ACEPI, Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor e associação DNS.pt aos sites que cumprem as melhores práticas do mercado digital e da utilização da internet.

Contudo, e se é certo que no atual contexto de crise se tem verificado uma melhor adaptação do comércio local ao digital, também é verdade que ainda existem “muitos comerciantes mais tradicionais que ainda não sabem fazer uma utilização mais avançada” da internet – nomeadamente, compras e pagamentos online.

“A crise atual veio reforçar ainda mais que não estar online é como não existir”, adianta o responsável, referindo-se ao facto de cada vez mais portugueses terem sido forçados a trabalhar, estudar e comprar a partir de casa. “As empresas que não fizerem esta transição terão um futuro muito difícil pela frente.”

Atualmente, o grande desafio passa por ajudar os pequenos comerciantes mais tradicionais a saberem utilizar o digital. É com esse objetivo que a ACEPI promove, em parceria com a CCP - Confederação do Comércio e Serviços, o programa Comércio Digital.

Antes da crise, este programa – que estava a ser realizado em 150 cidades – “assentava num roadshow nacional com sessões presenciais direcionadas a comerciantes”. Com o atual estado de emergência, “estas sessões foram adiadas”.

“Mas o programa não ficou parado e está agora a ser reorientado para dar uma resposta urgente e efetiva aos pequenos comerciantes que neste momento de crise precisam saber tirar partido do digital”, especifica Alexandre Nilo da Fonseca. “Muito breve serão anunciadas novas iniciativas.”