O presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling, alertou que a criação de uma entidade que possa emitir "coronabonds", títulos de dívida comuns ao nível da zona euro, para fazer face à crise associada à pandemia de covid-19, pode levar entre um a três anos.
Em declarações ao "Financial Times", Klaus Regling mostrou-se céptico quanto à necessidade de criar aqueles títulos de dívida, já que as instituições europeias dispõem já de outras soluções de financiamento da economia.
Se o objetivo é cobrir as necessidades imediatas de financiamento, "penso que a única forma é usar as instituições existentes com os instrumentos existentes", disse Regling ao "Financial Times". "No longo prazo há outras opções", acrescentou.
O mesmo responsável sublinha a complexidade de criar uma nova entidade para centralizar a dívida europeia e emitir "coronabonds", já que o processo será moroso e implicará intensas negociações entre os países europeus.
"Levaria um, dois ou três anos, e os Estados-membros teriam de avançar capital ou garantias, ou consignar receitas futuras. Não se pode criar obrigações do nada", notou Regling.