Coronavírus

Portugal em isolamento: um quarto dos apartamentos do país são de pequena dimensão

Na região de Lisboa 40% do alojamento é de tipologias até T2, no Porto são 34%. Mas é na Madeira que há uma maior concentração de apartamentos T0 face ao parque habitacional da região, revelam os números do INE

O estado de emergência veio confrontar os portugueses com uma obrigação de isolamento que poderá ser tanto mais difícil de gerir quanto menores forem as habitações a que os cidadãos ficam confinados. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que 27% dos apartamentos em Portugal são de tipologias T0, T1 e T2.

Esse rácio acentua-se nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, onde o peso dessas tipologias no parque habitacional ascende a 34% e 40%, respetivamente.

Os números do INE são relativos ao ano 2018 e mostram que a nível nacional dos 5,95 milhões de alojamentos existentes no país cerca de 61 mil (1%) eram T0, havendo 363 mil T1 (cerca de 6% do total) e 1,22 milhões de T2 (20% do parque habitacional).

O INE contabiliza ainda 1,34 milhões de T3, 553 mil T4 e 526 mil apartamentos T5 ou superior. E tem também 1,85 milhões de alojamentos residenciais não enquadráveis nessas categorias.

Esta terça-feira o jornal espanhol “El Mundo” noticiou que há 4,5 milhões de espanhóis que vivem em apartamentos com menos de 60 metros quadrados (em Madrid, por exemplo, 23% das casas tem uma área inferior a 60 metros quadrados). Neste universo incluem-se 812 mil cidadãos que vivem em apartamentos com menos de 46 metros quadrados.

A estatística do INE não permite contabilizar as habitações em Portugal pelo critério da área, mas permite olhar para o parque habitacional em função da tipologia das casas, região a região.

Na Área Metropolitana de Lisboa, com quase 1,5 milhões de apartamentos, há 19.728 alojamentos T0, ou seja, 1,3% do total. Há também 133 mil T1 (quase 9%). E 451 mil apartamentos T2 (peso de 30%).

Na Área Metropolitana do Porto o INE contabilizava em 2018 um parque de 838 mil apartamentos, dos quais 10 mil eram T0 (1,2%), 68 mil eram T1 (um pouco mais de 8%) e 207 mil eram T2 (quase 25%).

As regiões autónomas apresentam a maior concentração de apartamentos de tipologia T0: na Madeira este tipo de habitação corresponde a 2% do parque residencial, nos Açores os T0 representam 1,4% dos apartamentos.

Outra região com uma maior concentração da tipologia mais baixa é o Algarve, onde os T0 correspondem a 1,3% do parque habitacional de 384 mil apartamentos. Também no Alentejo Litoral e no Baixo Alentejo há concentrações de T0 um pouco acima da média nacional, 1,2% e 1,1%, respetivamente.