159 mil milhões de dólares (144 mil milhões de euros). É a soma que a Oxfam entende ser neste momento necessária para lançar um plano global de saúde pública e evitar que o coronavírus provoque uma gigantesca devastação humana nos países mais pobres do mundo, onde vive cerca de metade da população mundial.
"O vírus está a avançar depressa em países em desenvolvimento", diz a ONG num comunicado emitido esta segunda-feira. "Com sistemas de saúde cronicamente fracos e centenas de milhões a viver em bairros de lata e campos de refugiados, com acesso mínimo a sabão ou água, conter a expansão da doença é um desafio de saúde pública sem precedentes."
"Se não tomarmos agora medidas preventivas urgentes e uma escala sem precedentes, segundo algumas estimativas 40 milhões de pessoas poderão morrer", prossegue o comunicado. "Isto poderia facilmente tornar-se a pior crise humanitária que o mundo viu desde a Segunda Guerra Mundial".
A Oxfam nota que a soma que está pedir ao G20 e a outros líderes corresponde a oito por cento do estímulo fiscal anunciado nos Estados Unidos. Cerca de um quarto dos 159 mil milhões viriam de uma moratória ao pagamento de juros por parte dos países pobres - algo que, nota a organização, "já foi pedido pelo Banco Mundial e o FMI, num gesto sem precedentes".
Lembrando os atos de solidariedade que se observam nos países já afetados pela pandemia, a Oxfam diz: "Esta solidariedade deve ser ecoada e amplificada ao nível internacional, para que cada país, rico e pobre, tenha os recursos para responder.
Multilateralismo esclarecido, há muito sacrificado ao nacionalismo estreito", deve voltar a ocupar o lugar central.
O apelo destina-se a financiar medidas preventivas e os sistemas de saúde em 85 países. A ONG recomenda uma variedade de medidas, incluindo proteção para os profissionais, gratuidade dos cuidados médicos e requisição pública de toda a capacidade existente nessa área. E anuncia que a seguir irá propôr um plano de salvação económica para esses países.