A Aliança Europeia de Saúde Pública (EPHA) assinala que, apesar de os mapas dos satélites europeus revelarem uma quebra significativa de poluição nas principais cidades europeias - devido à paragem forçada pela pandemia da covid-19 - a realidade é que “o mal já está feito”.
Em comunicado enviado às redações esta segunda-feira, a EPHA lembra que a poluição crónica do ar das grandes cidades por dióxido de azoto (NO2) e por partículas é responsável por doenças respiratórias e cardiovasculares que tornam mais frágeis e menos resilientes algumas das pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, levando a situações mais complicadas ou mesmo à morte. E sublinha que dados da Agência Europeia do Ambiente já revelam que a poluição do ar é responsável anualmente por 400 mil mortes prematuras na Europa.
“Anos a respirar o ar poluído pelos tubos de escape e outras fontes de contaminação já terão fragilizado a saúde de muitos dos que agora lutam entre a vida e a morte contra a covid-19”, escreve a secretária-geral da EPHA, Sascha Marschang. A responsável sublinha que “mesmo depois do escândalo ‘Dieselgate’, milhões de carros continuaram a circular sem cumprir as regras”. E alerta para a necessidade de a União Europeia manter e prosseguir o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica até 2050 quando a crise atual acabar.