Os números referentes ao impacto da covid-19 em Espanha redundam numa constatação sem explicação imediata: a doença tem igual incidência em ambos os sexos, mas mata o dobro dos homens do que das mulheres.

“Na ausência de estudos clínicos que aprofundem as causas de risco, tudo aponta para que a principal razão para esta diferença sejam doenças prévias”, arrisca “El País”. Um perito entrevistado pelo diário madrileno refere que problemas respiratórios, hipertensão ou diabetes são patologias que atingem mais os homens. Daí que neste contexto de covid-19 contribuam para maior mortalidade entre o sexo masculino.

Outros especialistas realçam também fatores genéticos ainda desconhecidos e diferenças hormonais e ao nível do sistema imunitário.

Em linha do que acontece noutros países mais afetados pela pandemia, como China, Itália e Coreia do Sul, em Espanha uma larga maioria das vítimas mortais já tinha patologias prévias. Mais de 60% padeciam de doenças cardiovasculares.

A novidade que constitui este vírus é também parte do problema. “É um vírus que conhecemos há menos de três meses”, diz Germán Peces-Barba, vice-presidente da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica. “Tudo o que existe são suspeitas ou especulações.”