O Facebook está a registar um aumento da atividade, devido ao confinamento e isolamento de centenas de milhares de pessoas por causa da pandemia do novo coronavírus – mas, em contrapartida, as receitas publicitárias diminuíram, informou a rede social na terça-feira.
“Em muitos países severamente afetados pelo vírus, o volume de mensagens trocadas mais do que dobrou em um mês”, revelaram em comunicado Alex Schultz e Jay Parikh, vice-presidentes do grupo.
Segundo os mesmos responsáveis da empresa, a "explosão" das utilizações digitais atinge também as chamadas (áudio e vídeo) via WhatsApp e Messenger.
Por exemplo, em Itália, país europeu onde a pandemia foi mais intensa, “o tempo gasto em ligações em grupo (com três ou mais participantes) aumentou 1.000% no último mês”.
Essa tendência vai continuar, já que vários outros países europeus, americanos e africanos estão a seguir políticas de contenção e isolamento dos cidadãos. Desta forma, mais de 2,6 mil milhões de pessoas em todo o mundo foram aconselhadas a ficar em casa.
Para o Facebook, o aumento de participação na rede online não se transforma num aumento de receitas, uma vez que, explicou, não se obtém lucro com “serviços em que os utilizadores usam mais do que o habitual”. “Vemos a nossa atividade publicitária a enfraquecer em países que tomaram medidas drásticas para reduzir a propagação da covid-19”, alegaram Schultz e Parikh.
Sem aludirem à crescente pressão sobre os servidores desta rede global e das suas equipas, os responsáveis da Facebook indicaram, contudo, que engenheiros e programadores trabalham em casa para garantir que as aplicações da gigante da tecnologia permaneçam “rápidas e confiáveis”.
Tal como a Netflix ou o YouTube, a plataforma Facebook optou por reduzir temporariamente a taxa de bits de vídeos no Facebook e Instagram em determinadas regiões.
Recorde-se que o novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos e a Itália o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos.