A Sagres chegará à cidade do Cabo na África do Sul esta quarta-feira, 25 março, e inicia o regresso de imediato. Em condições normais deveria rumar a Maputo mas “face à situação de pandemia” que afeta mais de “180 países em todo o mundo” recebeu ordens para regressar a Portugal, onde chegará em meados de maio.
A decisão do Ministério da Defesa “foi tomada na sequência das medidas de segurança que os diferentes países estão a adotar para protegerem os seus portos, limitando a atracação e desembarque de tripulações e passageiros de navios, inviabilizando o pleno cumprimento da missão” da Sagres nesta viagem de volta ao mundo em que se presta homenagem à grande epopeia de Fernão de Magalhães.
Marcelo Rebelo de Sousa entregou a bandeira nacional que deveria estar presente nos Jogos Olímpicos de Tóquio ao comandante da Sagres, Maurício Camilo. Os Jogos Olímpicos que deveriam decorrer em julho e agosto deste ano foram suspensos esta quarta-feira.
O navio escola zarpou de Lisboa a 4 de janeiro e, se tudo tivesse corrido como planeado, e a pandemia de coronavírus não tivesse congelado toda a atividade normal, deveria regressar a Portugal a 10 de janeiro de 2021.
Seria uma verdadeira embaixada de Portugal em todos os portos e países por onde deveria ter passado. Sem que nada o fizesse prever no início de janeiro, a viagem da Sagres acabou por ser feita em condições quase tão adversas quanto o foi a epopeia da armada de cinco naus comandada por Fernão de Magalhães, que muitos historiadores consideram o mais genial navegador de todos os tempos.
O Ministério da Defesa não exclui a “possibilidade de retomar a viagem de viagem de circum-navegação, eventualmente noutros moldes e com uma rota distinta, depois de extinta a atual pandemia”, diz o comunicado.