Coronavírus

Pandemia obriga Sagres a regressar a Portugal. Homenagem à volta ao mundo de Fernão de Magalhães fica adiada

Ministro da Defesa manda Navio Escola Sagres regressar a Portugal. Continuar com a viagem de homenagem à circum-navegação de Fernão de Magalhães “poderia potenciar um maior risco de contágio entre os 142 elementos da guarnição, que se encontram bem de saúde”, diz em comunicado

Navio Escola Sagres. Em dezembro de 2019, junto à Gare de Alcântara em Lisboa
Joao Girao

A Sagres chegará à cidade do Cabo na África do Sul esta quarta-feira, 25 março, e inicia o regresso de imediato. Em condições normais deveria rumar a Maputo mas “face à situação de pandemia” que afeta mais de “180 países em todo o mundo” recebeu ordens para regressar a Portugal, onde chegará em meados de maio.

A decisão do Ministério da Defesa “foi tomada na sequência das medidas de segurança que os diferentes países estão a adotar para protegerem os seus portos, limitando a atracação e desembarque de tripulações e passageiros de navios, inviabilizando o pleno cumprimento da missão” da Sagres nesta viagem de volta ao mundo em que se presta homenagem à grande epopeia de Fernão de Magalhães.

Marcelo Rebelo de Sousa entregou a bandeira nacional que deveria estar presente nos Jogos Olímpicos de Tóquio ao comandante da Sagres, Maurício Camilo. Os Jogos Olímpicos que deveriam decorrer em julho e agosto deste ano foram suspensos esta quarta-feira.

O navio escola zarpou de Lisboa a 4 de janeiro e, se tudo tivesse corrido como planeado, e a pandemia de coronavírus não tivesse congelado toda a atividade normal, deveria regressar a Portugal a 10 de janeiro de 2021.

Seria uma verdadeira embaixada de Portugal em todos os portos e países por onde deveria ter passado. Sem que nada o fizesse prever no início de janeiro, a viagem da Sagres acabou por ser feita em condições quase tão adversas quanto o foi a epopeia da armada de cinco naus comandada por Fernão de Magalhães, que muitos historiadores consideram o mais genial navegador de todos os tempos.

O Ministério da Defesa não exclui a “possibilidade de retomar a viagem de viagem de circum-navegação, eventualmente noutros moldes e com uma rota distinta, depois de extinta a atual pandemia”, diz o comunicado.