Coronavírus

Covid-19. Cerca de 20% da população mundial em quarentena

Numa altura em que, segundo a OMS, a pandemia "está a acelerar", somam-se as medidas restritivas. O Reino Unido foi a última potência a impor quarentena e, segundo Boris Johnson, só existem cinco razões para sair de casa

TURQUIA. Este turco está de quarentena em Istambul, após ter regressado de uma viagem ao estrangeiro
Umit Bektas / Reuters

As contas são do jornal "The Guardian": uma em cada cinco pessoas está obrigada a ficar em casa para travar a propagação do coronavírus. Ou seja, 1,7 mil milhões de pessoas estão ou deviam estar em casa por esta altura.

Bélgica, França, Itália, Irlanda, Reino Unido, Alemanha e Portugal, a que se juntam muitos outros com diferentes medidas restritivas, são alguns dos países que ordenaram aos cidadãos que não saíssem de casa, salvaguardando algumas exceções.

O Reino Unido foi a última potência a impor um lockdown [quarentena] e, segundo Boris Johnson, só existem cinco razões sair de casa: comprar comida, fazer exercício uma vez por dia, ir ao médico ou à farmácia, ir trabalhar mas apenas se não for mesmo possível trabalhar a partir de casa e ajudar pessoas vulneráveis.

As medidas vão sendo cada vez mais restritivas pelo mundo pois, como avisou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, a pandemia "está a acelerar". Bastaram 67 dias para o mundo somar 100 mil infeções de covid-19. Agora já caminhamos para as 400 mil, com quase 17 mil mortes e 102 mil recuperados.

O distanciamento social quebra as cadeias de transmissão e, naturalmente, promove menos infeções, o que é decisivo para as respostas dos hospitais neste surto. Demasiadas infeções, como acontece em Itália e Espanha, levam à rutura dos serviços médicos, nomeadamente os cuidados intensivos.

Os Estados Unidos, ao contrário do que vai acontecendo na província chinesa em que o surto surgiu, começa a apertar as fronteiras das liberdades individuais. Cerca de 40% da população norte-americana está sob medidas restritivas. O país governado por Donald Trump é já o terceiro com mais casos (46.500).

A Coreia do Sul é um dos exemplos mais felizes desta triste história. Para além de ter decretado quarentena, acompanhou os cidadãos em lockdown através de uma aplicação. Os números de um país que chegou a ser o segundo com mais casos falam por si: 9.037 infeções e 120 mortos.

Em sentido contrário, para já, está a Espanha. As autoridades de saúde daquele país disseram esta terça-feira de manhã, em conferência de imprensa, que os novos casos em Espanha aumentaram 20% nas últimas 24 horas, estando agora perto dos 40 mil casos confirmados, conta o diário "El País". Em termos de vítimas mortais, que andam de mão dada com imagens cada vez mais preocupantes do interior de hospitais madrilenos, são já 2.700 no total, um aumento de 514 em relação ao dia anterior [segunda-feira]. Os serviços de saúde já deram 3.800 altas e têm neste momento 2.636 pessoas nos cuidados intensivos.

A Itália, em lockdown há sensivelmente um mês, conta com quase 64 mil infeções confirmadas e mais de 6.000 mortes, mas existem sinais que prometem esperança: há dois dias que o número de mortes e novas infeções está a baixar.