"Bomba Relógio". É assim que o Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística (SEAL) descreve a situação vivida no Porto de Lisboa, mesmo depois dos trabalhadores terem voltado ao trabalho, acatando o fim da greve devido ao estado de emergência.
O SEAL reitera que a atividade portuária em geral e o abastecimento das regiões autónomas dos Açores e Madeira em especial ficam comprometidos se as empresas continuarem a prescindir dos 134 estivadores da empresa de trabalho portuário A-ETPL, em insolvência.
O SEAL denuncia, designadamente, o facto de alguns estivadores portuários estarem atualmente a cumprir horarios de 16h e até 24 horas de trabalho uma vez que o número de estivadores nos quadros das empresas portuárias “não é, nem nunca foi, suficiente para o Porto de Lisboa trabalhar normalmente" e a prova, acrescenta, é o facto de "muitos destes trabalhadores estarem a ser pressionados para assinarem contratos de trabalho com outras empresas criadas para substituírem a A-ETPL".
Paralelamente, o SEAL reitera que vai requerer a realização de uma assembleia de credores da A-ETPL para apresentar um plano de recuperação da empresa e pedir a substituição do atual administrador judicial, que acusa de desrespeitar a lei e ter despedido trabalhadores que são, também, credores da empresa, sem fundamento para o fazer.