Coronavírus

Índia suspende voos internos para tentar travar o vírus

Os voos internacionais já estão proibidos de aterrar em território indiano desde domingo e a gigantesca rede ferroviária do país também está parada. Pelo menos 80 distritos onde foram detetados casos de infeção estão sob rigoroso bloqueio

ÍNDIA. No interior deste hospital de Srinagar, todos usam máscara
Waseem Andrabi / Getty Images

A Índia anunciou esta segunda-feira que todos os voos comerciais domésticos serão suspensos a partir de quarta-feira para limitar a propagação da epidemia do novo coronavírus, responsável pela covid-19.

As companhias aéreas indianas deixam de ter aviões no ar a partir da meia-noite de quarta-feira, informou o ministério da Aviação Civil num comunicado.

Os voos internacionais já estão proibidos de aterrar em território indiano desde domingo e a gigantesca rede ferroviária do país também está parada. Pelo menos 80 distritos onde foram detetados casos de infeção estão sob rigoroso bloqueio.

A polícia e os serviços de saúde estão a operar, mas os estabelecimentos comerciais fecharam, exceto os serviços essenciais. Os bancos pediram que os seus clientes realizem as transações on-line e reduziram as suas equipas nos balcões.

O governo apelou fervorosamente para que as pessoas pratiquem o distanciamento social e lavem as mãos com frequência.

As ruas das cidades da Índia no domingo estavam desertas, enquanto os cidadãos ficavam dentro de casa atendendo ao apelo do primeiro-ministro indiano, Naredra Modi.

Entretanto, as principais estações de comboios estavam lotadas com milhares de trabalhadores migrantes subitamente desempregados e tentando ir para as suas aldeias, correndo o risco de levar a infeção para o vasto interior do país.

No final de domingo, os serviços ferroviários foram suspensos até 31 de março, enquanto uma multidão ainda esperava para viajar.

A Índia tem pelo menos 415 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus e sete mortes pela covid-19.

A pandemia

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.

Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 2.182 mortos em 33.089 infeções, o Irão, com 1.812 mortes num total de 23.049 casos, a França, com 674 mortes (16.018 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.