As imagens de centenas de pessoas que, este domingo, aproveitaram para caminhar pela marginal que liga as cidades vizinhas da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde correram o país e fizeram correr muita tinta. “Alguma coisa de anormal se passou e são mostradas aquelas imagens nas quais eu não me revejo”, começa por dizer, ao Expresso, Elisa Ferraz, presidente da Câmara Municipal de Vila de Conde.
“Aquelas imagens não traduzem, de modo algum, o que se vive na cidade e mostram a nossa zona da marginal deserta”, defende a autarca.
“Houve, realmente, uma concentração especial de gente numa zona limítrofe entre os dois municípios, mas é só nesse ponto que as fotografias mostram um ajuntamento”, ressalva Elisa Ferraz, considerando que, por isso, “não há necessidade de cortar qualquer entrada de veículos na cidade”, decisão que vai em sentido contrário às medidas adotadas pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que restringem a circulação aos fins de semana.
“Se tivermos de tomar medidas adicionais, tomaremos. Mas acredito que os vilacondenses estão a acatar o apelo da Câmara que lhes entra pelas casas dentro”, frisa a edil de Vila do Conde.
“Desde que foi anunciada esta calamidade que estamos a viver, a autarquia colocou um veículo a circular ininterruptamente pelo concelho, espalhando uma mensagem de voz a pedir aos munícipes para ficarem em casa”, conta Elisa Ferraz. “Proteja-se do coronavírus. Por si e por todos nós. Evite deslocações. Se possível, fique em casa”: eis o apelo sonoro que se faz ouvir nas 30 freguesias.
“Os vilacondenses têm acatado as recomendações. Ontem mesmo, a nossa Polícia Municipal circulou a pé pela marginal, interpelando uma pessoa ou outra que iam encontrando”, conta a presidente da Câmara de Vila do Conde.
Elisa Ferraz aproveitou ainda para realçar a criação do programa “Estamos Aqui”, com o objetivo de fazer chegar bens essenciais aos munícipes em situação de risco e vulnerabilidade, criando uma rede de entreajuda em que qualquer pessoa se pode inscrever como voluntário.