Coronavírus

Covid-19. Hospital de Santa Maria suspende registo biométrico através de impressão digital (profissionais estavam preocupados com contágio)

A Ordem dos Médicos tinha já apelado à suspensão do registo biométrico em todas as instituições de saúde. No entanto, as administrações de alguns hospitais decidiram manter este sistema, incluindo o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para descontentamento de alguns dos seus profissionais de saúde, que estavam preocupados com o risco de contágio

MIGUEL A. LOPES/LUSA

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vai suspender o registo biométrico através de impressão digital dos seus profissionais de saúde, anunciou fonte hospitalar ao Expresso, segundo a qual esse registo irá passar a ser feito online.

A questão fora levantada há vários dias, quando a Direção-Geral da Saúde (DGS) enviou um e-mail aos presidentes das Administrações Regionais de Saúde, a 10 de março, a afirmar que “não se verifica, até à data, evidência de que a suspensão da utilização de registo biométrico reduza o risco de infeção quando comparado com todas as superfícies e objetos potencialmente contaminados em ambiente das unidades de saúde”.

No mesmo e-mail, a DGS refere que a localização destes sistemas de registo biométrico “está intrinsecamente ligada aos acesso às unidades de saúde e, consequentemente em zonas identificadas como preferenciais para a disponibilização permanente de solução antisséptica e base alcoólica”. Todas as unidades de saúde, lê-se ainda, “devem adotar as medidas organizacionais que se revelem necessárias a garantir de forma regular a disponibilização de solução antisséptica de base alcoólica junto destes sistemas, juntamente com informação sobre os procedimentos de higienização das mãos”.

Na sequência disso, a Ordem dos Médicos recomendou a suspensão do registo biométrico em todas as instituições de saúde do setor público, privado ou social, apelando às mesmas para “encontrar medidas alternativas ao registo biométrico que é utilizado para controlo de assiduidade e pontualidade” dos médicos e outros funcionários das unidades de saúde.

Ainda assim, vários hospitais mantiveram-no, incluindo o Hospital de Santa Maria, tendo essa decisão desagradado a vários profissionais de saúde deste hospital, que consideraram, conforme afirmaram ao Expresso, que manter esse tipo de controlo agrava o risco de contágio. Alguns deles queixaram-se ainda de não haver frascos de álcool e gel desinfetante em muitos pontos de controlo.