Mais cinco médicos morreram vítimas do coronavírus Covid-19 na Lombardia, elevando para 13 o número de mortos entre profissionais de saúde naquela região do norte de Itália. A informação foi avançada esta quarta-feira pela agência de notícias ANSA, que cita dados da FNOMCeO – Federação Nacional das Ordens dos Cirurgiões e Dentistas.
O diretor do Departamento de Medicina do Hospital Papa Giovanni XXIII, Stefano Fagiuoli, lançou um apelo no Facebook. “Precisamos desesperadamente de enfermeiros e médicos, além de aparelhos de ventilação e equipamentos de proteção individual. A nossa equipa de médicos e enfermeiros está a trabalhar dia e noite, inúmeras horas, para combater esta situação inacreditável”, disse Fagiuoli, em inglês, num apelo que também se dirige ao exterior.
O hospital da cidade de Bérgamo, situado na Lombardia, a nordeste de Milão, encontra-se numa situação de “plena emergência” para combater o coronavírus.
“Não sabemos quanto tempo esta pandemia irá durar”, declarou Fagiuoli, acrescentando ter “duas mensagens”. “A primeira é para a população: por favor, fiquem em casa. A segunda é para quem quiser ajudar-nos.” A Cesvi, uma das maiores organizações humanitárias de Itália, está a ajudar o hospital na angariação de fundos através da plataforma GoFundMe.
O governador da Lombardia, Attilio Fontana, disse, em tom de lamento: “Precisamos de médicos. Eu esperava que dos apelos que fizemos nos últimos dias a reformados e estagiários, houvesse mais resposta – mas não houve.” O pessoal médico disponível é “escasso”, tendo em conta as necessidades, sublinhou Fontana.
As autoridades italianas confirmaram mais 427 mortos nas últimas 24 horas, elevando o número total de óbitos para 3.405 no país. Desta forma, a Itália ultrapassa a China, onde o vírus teve origem. Até ao momento, foram reportados 3.242 mortos em solo chinês.
O número total de casos infetados em Itália subiu esta quinta-feira para 41.035, com 322 novos casos reportados.