A Lusíadas Saúde vai disponibilizar 231 camas de internamento, 54 ventiladores e as respetivas equipas de saúde necessárias nas unidades Hospital Lusíadas Albufeira, Clínica de Stº António, na Amadora, e uma parte específica do Hospital Lusíadas Porto, para diagnosticar e tratar doentes infetados com o novo coronavírus.
Em comunicado interno enviado aos cerca de 7 mil colaboradores, o grupo privado de Saúde, controlado pelo gigante norte-americano UnitedHealth Group, dá conta do seu plano de contingência para reforçar o apoio ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), na sequência de uma reunião decorrida ontem, terça-feira, com a Direção-Geral de Saúde (DGS) que pediu mais ajuda aos privados.
Também a rede CUF, detida pelo grupo Mello, está a organizar-se de forma idêntica para receber doentes infetados, avançou já o Expresso. E a Luz Saúde tem igualmente em marcha o seu plano de contingência que deverá ser conhecido em breve, apurou o Expresso.
O Estado não pode abdicar da capacidade instalada dos grupos hospitalares privados, além dos grandes grupos há outros prestadores que vão ceder capacidade e prestar cuidados para o serviço público. Urge a necessidade de uma maior participação dos privados no combate ao surto de Convid-19 em Portugal, já que agora estas unidades apenas podem diagnosticar a infeção e devem encaminhar os casos positivos para os hospitais públicos de referência. Ou seja, não estão a internar estes doentes, que devem permanecer em isolamento enquanto não são encaminhados para o público.
Nos próximos dias, este cenário irá mudar, com os hospitais das redes privadas a prestarem internamento e correspondente tratamento às pessoas portadoras de Covid-19.
“À medida que os dias passam e a pandemia evolui, verifica-se uma necessidade cada vez maior de ajudarmos ainda mais a população e o sistema de saúde. Nesse sentido, os principais prestadores privados de saúde, onde se inclui a Lusíadas, estiveram reunidos com a DGS no sentido de identificar as melhores soluções complementares e integradas com o SNS”, menciona o grupo Lusíadas, acrescentando que “depois de estudarmos vários cenários, e com o objetivo de apoiar o sistema da melhor forma possível, sendo eficientes tanto na prestação de cuidados como na gestão dos nossos Colaboradores, tomámos a decisão de segmentar a atual rede da Lusíadas Saúde”.
Já as restantes unidades do Grupo, e onde se inclui também o Hospital Lusíadas Porto, estarão focadas e disponíveis para atendimento às necessidades gerais da população e, em caso de suspeita de doentes infetados com Covid-19, “os mesmos serão imediatamente reencaminhados para as três unidades do grupo disponíveis para o efeito, ou, se necessário, para outra unidade do SNS”.
O esforço extra pedido aos trabalhadores da Lusíadas Saúde será compensado com um milhão de euros que será distribuídos pelos profissionais alocadas de forma direta ao combate à doença. “Focada na extrema importância do capital humano, a Lusíadas Saúde decidiu atribuir uma verba adicional de um milhão de euros a distribuir por todos os profissionais de saúde que diretamente e ativamente irão presta cuidados neste contexto de pandemia”.
“Neste momento acreditamos que segmentar a nossa rede permite-nos apoiar da melhor forma o SNS, com capacidade de resposta à entrada de doentes infetados com coronavírus (Covid-19) nas regiões do Grande Porto, Grande Lisboa e Algarve”, frisa no comunicado interno o presidente do Conselho de Administração da Lusíadas Saúde, Vasco Antunes Pereira.