Marcelo Rebelo de Sousa não levou o estado de emergência a votação. Não tinha que o fazer, já que esta não é uma decisão que dependa de parecer do Conselho de Estado e o próprio Presidente disse-o no início da reunião: não lhes pedia um parecer, queria ouvir-lhes opiniões. No final, agradeceu-lhes "a convergência". Mas há uma frase de Francisco Pinto Balsemão que foi partilhada por vários conselheiros: perante a expetativa criada, agora seria um erro não avançar.
Com a certeza de que o estado de emergência seria mesmo decretado - o primeiro-ministro já garantira que, dúvidas à parte, lhe daria parecer favorável -, os conselheiros de Estado mergulharam na videoconferência de quatro horas condicionados. E ninguém assumiu objeções relativamente à proposta lançada pelo Presidente da República.