Coronavírus

Covid-19. Facebook vai banir conteúdos falsos e nocivos relacionados com o surto

Alegações e teorias da conspiração desacreditas pela Organização Mundial de Saúde ou outros especialistas (e que podem causar danos) estão a ser removidas do Instagram e do Facebook

LOIC VENANCE/Getty Images

Numa altura em que proliferam notícias e mensagens falsas em redes sociais como o Facebook, o WhatsApp e o Instagram, a tecnológica liderada por Mark Zuckerberg decidiu adotar medidas mais assertivas para combater o surto de desinformação na internet. E vai ajudar no combate ao coronavírus em três frentes distintas: conetar as pessoas com informações precisas e recursos úteis; limitar a desinformação e o conteúdo nocivo; e dar apoio aos especialistas globais de saúde.

Questionado pelo Expresso sobre qual tem sido a atuação da tecnológica para combater o surto de informações falsas nestas plataformas digitais, o Facebook responde com um comunicado que divulgou esta terça-feira.

Nele se explica que a rede social “está a remover o conteúdo relacionado com alegações e teorias da conspiração, que foram desacreditadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ou por outros especialistas em saúde e que podem causar danos”. Ou seja, conteúdos que tornem mais provável um doente não receber o tratamento apropriado: informações falsas sobre alegadas curas ou métodos de prevenção, que desencorajam o tratamento, sobre a prevenção da transmissão do vírus ou sobre a disponibilidade de assistência médica.

Paralelamente, o Facebook continua a trabalhar com parceiros de fact-checking no mundo inteiro, incluindo em Portugal, para rever as informações sobre o vírus. A multinacional recorda que, quando um conteúdo é identificado como falso, é diminuída a sua distribuição no feed de notícias de modo a que menos pessoas o vejam. Surge ainda uma tela de aviso cinzento com um link que mostra a classificação de veracidade daquele conteúdo.

No caso de um grupo partilhar informações falsas, “a distribuição também diminui e o Facebook deixa de sugerir que pessoas se juntem a esse grupo”, lê-se no comunicado.

Já no que diz respeito à publicidade, a tecnológica passou a proibir nas listas de produtos ou comércio online qualquer relação ao coronavírus e baniu os anúncios com intenção de gerar pânico ou que sugerem que os seus produtos garantem a cura ou impedem as pessoas de ficarem infetadas. Anúncios que vendem máscaras foram também temporariamente proibidos.

Mostrar informação confiável e apoiar especialistas de saúde

Outra das medidas que o Facebook está a implementar passa por garantir que todos os utilizadores “possam aceder a informações confiáveis e precisas”. E, nesse contexto, a tecnológica já está a trabalhar com autoridades de saúde como a OMS e, em Portugal, com a Direção-Geral da Saúde (DGS) para ajudar a comunicar as informações mais precisas e oportunas sobre o surto.

“Se uma pessoa pesquisar por coronavírus no Facebook ou usar uma hashtag relacionada com o vírus no Instagram, verá uma janela pop-up a direcionar para Direção-Geral da Saúde (DGS), que comunica as informações mais recentes”, lê-se no comunicado da multinacional.

Além disso, o Facebook está a partilhar dados anónimos de mobilidade globais e mapas de densidade populacional de alta resolução com os principais investigadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard e da Universidade Nacional de Tsing Hua, em Taiwan. “O objetivo é ajudar os investigadores a constituir os modelos de previsão da propagação do vírus como parte do programa Facebook Data for Good”, escreve a tecnológica.

Na última sexta-feira, Mark Zuckerberg anunciou ainda uma nova campanha de angariação de fundos no valor de 20 milhões de dólares para apoiar os esforços globais no combate ao coronavírus.

Dez milhões de dólares serão canalizados para a United Nations Foundation (UNF), para a OMS e para o recém-criado COVID-19 Solidarity Response Fund. Os restantes irão para a CDC Foundation, que vai lançar uma campanha nas próximas semanas através do Facebook Fundraiser.