Com o estado de emergência decretado - e possivelmente prestes a ser dilatado - e os movimentos dos cidadãos reduzidos ao mínimo indispensável (com polícia na rua a decidir o que é ou não dispensável), o Estado espanhol anunciou no domingo à noite que vai apoderar-se de parte das operações e do equipamento (como máscaras, testes, luvas) do setor privado de saúde. Salvador Illa, ministro da Saúde, anunciou que “o sector privado está agora à disposição das autoridades de saúde” e pede a cada região autónoma que “as utilizem como precisarem”.
Mais: qualquer empresa que possa produzir máscaras, ventiladores, luvas ou desinfetante tem 48 horas para comunicar a sua disponibilidade ao Governo, ou então pode enfrentar multas. Além de abrir clínicas privadas e hospitais militares ao sistema de saúde público, o Governo também disponibilizará outros espaços públicos e privados que podem ser “tomados” para melhor combater o vírus. No início da semana, Madrid disse que pode vir a ter de utilizar hotéis como hospitais improvisados, escreve o jornal “The Guardian”. No domingo à noite, Espanha tinha 288 mortos, com 7.753 casos confirmados.
O ministro disse ainda que já foram realizados mais de 30 mil testes em toda a Espanha mas que é preciso “aumentar a capacidade logística”. “Todas as pessoas abrangidas pelos protocolos que têm de ser testadas estão a ser testadas, mas a capacidade logística deve ser aumentada para podermos fazê-lo de maneira mais rápida e ágil", explicou.
A ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, disse que uma unidade militar especializada em emergências seria implantada em todo o país. Os hospitais militares também serão colocados à disposição das autoridades de saúde e as farmácias militares foram requisitadas para aumentar a produção de desinfetantes e medicamentos genéricos.
A Unidade de Emergência Militar (UME) expandiu o contingente para 1.100 soldados em 13 províncias esta segunda-feira, das 350 tropas em sete províncias que começaram a operar neste domingo. Vão patrulhar alguns locais e infraestruturas críticas, onde podem ocorrer aglomerações (estações de comboios, aeroportos, hospitais) e onde tarefas de desinfeção possam ser necessárias, segundo informações do diário “El País”.