Coronavírus

Bruxelas propõe limitação de entradas na UE e "vias rápidas" para transporte de bens essenciais

Ursula von der Leyen defende que deve haver exceções, garantido que não se aplica a cidadãos europeus (britânicos incluídos) que estejam a regressar, nem a residentes "de longo prazo", tal como a familiares de europeus, diplomatas e profissionais envolvidos no combate à pandemia, como médicos, enfermeiros e investigadores. As fronteiras externas poderão assim ficar fechadas, por exemplo, a turistas não europeus

ALEXANDROS AVRAMIDIS/REUTERS

A presidente da Comissão Europeia propõe aos estados-membros que avancem com uma "uma restrição temporária" às viagens consideradas "não essenciais" para a União Europeia. Uma medida de 30 dias, que poderia ser prolongada.

Ursula von der Leyen defende que deve haver exceções, garantido que não se aplica a cidadãos europeus (britânicos incluídos) que estejam a regressar, nem a residentes "de longo prazo", tal como a familiares de europeus, diplomatas e profissionais envolvidos no combate à pandemia, como médicos, enfermeiros e investigadores. As fronteiras externas poderão assim ficar fechadas, por exemplo, a turistas não europeus.

As restrições não se aplicam contudo aos motoristas de transporte de mercadorias. "Porque o fluxo para a UE tem de manter-se para assegurar a distribuição de bens, incluindo de bens essenciais, como medicamentos e componentes de que as nossas fábricas precisam", argumenta Von der Leyen, adiantando que a recomendação é também para os quatro países associados ao Espaço Schengen (Suíça, Noruega, Islândia e Lichtenstein).

Bruxelas põe "orientações" em cima da mesa e aponta às fronteiras externas, numa altura em que os estados-membros têm estado a reintroduzir controlos nas fronteiras internas e de uma forma menos coordenada do que a Comissão Europeia gostaria.

Ainda esta manhã, um porta-voz da Comissão Europeia afirmava que "fechar fronteiras não é necessariamente a melhor forma de assegurar" a contenção da propagação do surto na UE, referindo-se sobretudo aos controlos entre estados-membros. Von der Leyen reconhece agora deve haver uma redução das viagens para reduzir também a pressão sobre os sistemas de saúde, mas pede "harmonização" entre países vizinhos.

O executivo comunitário avança ainda com uma segunda proposta: a criação de "vias verdes ou vias rápidas" de forma a dar prioridade ao transporte essencial, assegurando a continuidade económica e a circulação de bens entre os 27.

"Temos de ser cuidadosos para encontrar um equilíbrio certo: por um lado restringir os contactos sociais - para que a propagação do vírus diminua - e por outro não prejudicar o mercado único", acrescenta a alemã, defendendo que esse funcionamento é "muito importante" para assegurar que os bens essenciais chegam onde é preciso.

Os "corredores verdes" que propõe serviriam para "acabar com o congestionamento de camiões" nas fronteiras europeias e assegurar o fluxo de mercadorias.