Portugal está, oficialmente, em “estado de alerta”. António Costa anunciou, na quinta-feira à noite, uma série de medidas para controlar o surto do novo coronavírus. Se algumas passam pelo condicionamento de serviços ou imposição de restrições à circulação, outros vão mesmo fechar portas: o caso das discotecas, bares e estabelecimentos de ensino.
O Governo decretou o encerramento, a partir da próxima segunda-feira e até 9 de abril, de todas as creches, escolas e universidades. Só daqui a três semanas irá reavaliar esta posição. Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, defendeu ontem, à saída do Conselho de Ministros, que este “não é um momento de férias”.
Segundo o governante, os docentes que agora vão ficar em casa “podem usar teletrabalho”. “Este é um tempo do mundo virtual”, atirou. Os alunos, contudo, dificilmente conseguirão tirar o mesmo partido do tempo de isolamento; a maioria dos estabelecimentos de ensino nacional não está capacitado para fornecer aulas via internet em grande escala – salvo algumas universidades, onde já existe precedente.
Também a partir de segunda-feira, bares noturnos e discotecas vão ser obrigados a fechar portas. “O risco é sério e a melhor forma de o evitar é atrasar a propagação da doença (...). Espero que não pensem que é adequado” que as pessoas aproveitem os dois dias que faltam até ao encerramento das discotecas para saídas à noite, avisou o ministro Siza Vieira, à saída do Conselho de Ministros. Recorde-se: em Santa Maria da Feira, no passado sábado, houve um bar que organizou uma festa dedicada ao Covid-19; foram oferecidas máscaras clínicas à entrada.
Para já, restaurantes, centros comerciais e transportes públicos vão continuar em funcionamento – mas de forma condicionada. Ora, a lotação dos estabelecimentos de restauração vai ser reduzida a um terço, de forma a haver mais espaço entre mesas, diminuindo assim o risco de contágio. E a frequência de centros comerciais vai ser limitada, anunciou o primeiro-ministro ontem; como ainda não se sabe.
Até notícia de contrário, os transportes públicos “vão continuar a trabalhar”, pois “as pessoas vão precisar deles”, garantiu ontem Siza Vieira. “Talvez haja menos circulação e utentes. As empresas estão a fazer um esforço acrescido de desinfeção.”