A condenação à pena máxima do autor do ataque ao Centro Ismaili, em Lisboa, está a ser criticada por um grupo de mais de 30 psiquiatras, num manifesto dirigido à Ordem dos Médicos. Em causa está o facto de o tribunal ter considerado o arguido imputável — ou seja, responsável criminalmente pelos seus atos — apesar de duas perícias psiquiátricas apontarem para a existência de uma anomalia psíquica à data do crime e de doença mental grave, o que, à luz da lei, o tornaria inimputável, ou seja, incapaz de ser responsabilizado criminalmente.
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Ataque no Centro Ismaili: psiquiatras lançam abaixo-assinado a criticar justiça por desvalorizar doença mental e violar direito à saúde
Mais de 30 psiquiatras assinaram um manifesto, enviado à Ordem dos Médicos, em que criticam a justiça por ter considerado imputável o autor do ataque ao Centro Ismaili. Acusam o tribunal de ignorar diagnósticos médicos, "desvalorizar a ciência" e violar o direito à saúde. Os médicos alertam que decisões como esta contribuem para agravar o estigma sobre a doença mental