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Pobreza: 40% dos sem-abrigo estão na rua há menos de um ano

Nova estratégia nacional, que entrou ontem em vigor, defende intervenção célere junto dos recém-chegados à rua e descida dos números até ao fim de 2025, com o aumento de respostas de alojamento temporário e de emergência. Plano prevê também mais 600 vagas em habitação permanente

Luísa Gomes, 55 anos, esteve 15 na rua. Em 2021 recebeu uma casa através do projeto Housing First, da Associação Crescer
Tiago Miranda

O desejo de ano novo do Presidente da República já leva dois de atraso. Tinha traçado 2023 como data limite para a erradicação do fenómeno dos sem-abrigo mas desde então os números não pararam de subir. Os últimos, agora conhecidos, dizem exatamente respeito a esse ano que seria de celebração, mas que revelam, pelo contrário um crescimento significativo. A 31 de dezembro de 2023 existiam 13.128 sem-abrigo em todo o país, mais do dobro (117%) do que os contabilizados há cinco anos. E só no último ano a subida foi de 22%. Lisboa é o concelho com mais casos (3378) e a Área Metropolitana da capital, com 4871, registou um crescimento do fenómeno de 50% desde 2018.