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Três freguesias de Lisboa concentram mais de metade dos alojamentos locais: "São turistas a olhar para turistas”

Mais de 10 mil pessoas reclamam um referendo para acabar com alojamento local, o pedido é entregue esta sexta-feira na Câmara de Lisboa e pode mesmo concretizar-se em 2025. Nas freguesias com mais alojamentos locais, os edifícios ganharam cara nova, mas a população residente diminuiu drasticamente

Com cada vez menos moradores, são os turistas que agora enchem as ruas de Alfama, o mais antigo bairro da capital

Só na Rua dos Remédios, uma das mais características de Alfama, funcionam 100 Alojamentos Locais (AL). É raro o prédio onde não haja pelo menos um. Todos os dias há uma azáfama de empregados de limpeza, carregados de sacos com toalhas e lençóis, para fazer as mudas dos apartamentos, ao ritmo frenético do vaivém de turistas, que sobem e descem a rua a arrastar trolleys pelo empedrado. Por todo o lado, nas ombreiras das portas junto às campainhas ou escondidas atrás de postes, sinais de trânsito e outros sítios improváveis, há pequenas caixas com um código onde estão guardadas as chaves para os viajantes entrarem nos velhos edifícios, agora remodelados, onde, em muitos casos, já não mora ninguém.