Ao voltar à Rússia, como voltou, cinco meses após ter sido vítima de um envenenamento, Alexei Navalny, o mais famoso opositor de Putin, acreditou poder passar do nível de “espinha encravada” à espada apontada ao peito do ditador. As horas agonizantes, os 18 dias em coma, os 26 dias nos cuidados intensivos e os meses de fisioterapia não travaram a sua vontade de enfrentar “o velho fechado no bunker”, expressão que usou em tribunal para se referir a Putin. As críticas da comunidade internacional ao ditador russo e os apelos de Macron e Merkel, na sequência do ataque de que o advogado foi vítima, só terão fortalecido Navalny e consolidado a sua crença de invencível. Três anos e meio depois desse regresso a Moscovo, a 17 de janeiro de 2021, e da subsequente prisão, que acabou na sua morte a 16 de fevereiro de 2024, num centro de detenção de alta segurança no Ártico, são publicadas as memórias que Navalny começou a escrever após o envenenamento. “Patriota”, livro que o Expresso faz pré-publicação em exclusivo de um excerto, antes da data de lançamento mundial, a dia 22 de outubro, seguiu uma preparação sigilosa e de alta segurança.
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A carta de Navalny a futuros dissidentes
Navalny expõe a criatividade do sistema opressor de Putin, as formas de lhe infligir sofrimento