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O programa Bairros Saudáveis deu um “palácio” à família Cruz e permitiu concluir outros 240 projetos, mas o Governo acabou com ele

Há quem lhe chame um “SAAL 2.0”, numa referência ao plano estatal de construção habitacional surgido após o 25 de Abril, mas o que a arquiteta Helena Roseta sabe é que o programa, que durou três anos, era uma objetiva “resposta à pobreza”. O Governo decidu que não valia a pena continuá-lo

A família Cruz passa de uma casa de três divisões, sem casa de banho, para um T3 de seis divisões

A casa é pequeníssima. Tem apenas três divisões minúsculas: uma cozinha, uma sala e um quarto, onde quase não sobram centímetros entre a cama e a cómoda. Para dormirem, há turnos. Muitas vezes é a filha mais velha, Letícia, de 12 anos, quem fica no sofá. Vanessa e Tiago dividem a cama com o mais novo, Santiago, de quatro. Dentro de casa chove. Há humidade, “bicharada”. O teto de gesso “qualquer dia” cai-lhes “em cima”, relata a mãe, Vanessa Vieira, de 29 anos. E a casa de banho fica no exterior, a uma distância suficiente para se levar com chuva no inverno.