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“Não somos muitos, mas temos de parecer”: GNR regista atos administrativos como ocorrências “no terreno” para “disfarçar” falta de efetivos

Faltam militares na GNR de norte a sul do país, o que está a comprometer o policiamento de proximidade, as ações de fiscalização no terreno e até a resposta às queixas da população. No sistema informático, porém, estas falhas estarão a ser "escondidas" porque os militares têm registado atos administrativas como sendo ações operacionais no terreno, denunciam vários oficiais contactados pelo Expresso

O Governo levou dois anos a equiparar o subsídio de risco dos militares ao da GNR

Sem militares em ações de patrulhamento ou fiscalização, os comandos territoriais da GNR têm estado a inserir no sistema informático dados administrativos, registados como ações operacionais. A GNR tem estado “aquartelada nos postos, uma inércia policial em que temos viaturas, não temos homens e sobram ocorrências em fila, à espera de que a patrulha disponível resolva uma, para depois avançar”, conta um oficial superior do comando da GNR, que à semelhança de outros, invocou o regime disciplinar para prestar declarações sob anonimato.