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Maria João Pires: “Belgais foi o maior ato de rebeldia. Depois da mágoa, ficou a cicatriz”

É uma das mais notáveis pianistas do mundo e uma das figuras mais relevantes da cultura portuguesa. A sua biografia pode resumir-se assim: Tocou com praticamente toda a gente e em toda a parte do mundo, com as melhores orquestras e nos palcos internacionais mais conceituados. Um dia sonhou um lugar de liberdade e criou em 99 o Centro Cultural de Belgais, em Escalos de Baixo, no distrito de Castelo Branco, um laboratório de experiência das artes e de aprendizagem musical, que enfrentou dificuldades, e acabou por durar só uma década

É uma das mais notáveis pianistas do mundo e uma das figuras mais relevantes da cultura portuguesa. A sua biografia pode resumir-se assim: Tocou com praticamente toda a gente e em toda a parte do mundo, com as melhores orquestras e nos palcos internacionais mais conceituados. Um dia sonhou um lugar de liberdade e criou em 99 o Centro Cultural de Belgais, em Escalos de Baixo, no distrito de Castelo Branco, um laboratório de experiência das artes e de aprendizagem musical, que enfrentou dificuldades, e acabou por durar só uma década. Em 2019, a pianista foi agraciada com a Medalha de Mérito Cultural e a Grã-Cruz da Ordem do Infante. Recorde-se que 30 anos antes, em 89, Maria João Pires foi a terceira figura distinguida pelo Expresso com o Prémio Pessoa. Mas prémios, salamaleques e aplausos são coisas que Maria João não aprecia em particular. Sempre mais ligada à natureza, ao campo e aos animais, do que à talha dourada. Acaba de celebrar 80 anos com a família, continua a dar concertos, e não sabe quando vai parar. Porque curiosidade não lhe falta e a música e a vida ainda têm mistérios para deslindar.