O cientista sueco, líder das investigações que têm alertado para a ultrapassagem dos limites do planeta (como as alterações climáticas ou a degradação dos solos), que colocam a Terra fora do que chama de “espaço seguro para a humanidade”, considera que “estamos numa fase mundial míope, muito egoísta e nacionalista, em que qualquer sugestão de mudança é vista como uma ameaça”, e que isso “não permite olhar para o amanhã e colide com a crise global da sustentabilidade”. Em entrevista ao Expresso a propósito do Prémio Gulbenkian para a Humanidade 2024 (de cujo júri faz parte), Johan Rockström frisa que “pensar em agricultura regenerativa é uma oportunidade para um desenvolvimento próspero e equitativo e uma das soluções mais importantes para resolver a crise climática”.
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“Agricultores são vítimas das secas e doenças causadas por práticas insustentáveis. Deviam ser os primeiros a fazer parte da transformação”
Johan Rockström é diretor do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático e esteve em Lisboa a propósito da atribuição do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, que distinguiu projetos de agricultura regenerativa