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Chegar onde nos esperam com Saramago. Um roteiro literário pela Beira Interior

“Uma aldeia como já não se veem nos dias de hoje” é ponto de partida para um périplo pela Beira Interior, tal como a percorreu “Salomão”, protagonista de “A Viagem do Elefante”

Ana Baião

Entre silêncios e lendas, panorâmicas tranquilas que abraçam aldeias históricas, castelos e fortalezas, há uma viagem interior para percorrer seguindo os passos do elefante “Salomão” imaginados por José Saramago. Oferecido pelo rei D. João III ao primo, arquiduque da Áustria, o animal viaja entre Lisboa e a Áustria passando por terras da Beira Interior. A obra do Nobel da Literatura deu lugar a um roteiro literário que acompanha as peripécias do elefante e é também uma reflexão sobre a fragilidade humana. A Rota Turística Literária A Viagem do Elefante materializa um percurso que “não é possível descrever por palavras. Possível é, mas não vale a pena”. Vale mais percorrê-lo, descobri-lo e vivenciá-lo, considerou Saramago ao calcorreá-lo em 2009, ano seguinte à publicação da obra, com o intuito de atrair visitantes aos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Almeida, Guarda, Sabugal, Belmonte, Fundão e Mêda que integram a rota. Deixe-se conduzir ao interior de quatro aldeias históricas que dão o mote à descoberta do território: Castelo Novo, Sortelha, Belmonte e Marialva. Aninhada na serra da Gardunha, “uma aldeia como já não se veem nos dias de hoje”, Castelo Novo é “uma das mais comovedoras lembranças do viajante” e ponto de partida para a via­gem beirã de “Salomão”. Considerada pela Organização Mundial do Turismo uma das melhores aldeias do mundo, tem na água elemento central: a ribeira de Alpreade alimenta a praia fluvial e diversas fontes. Refresque-se e suba ao castelo, às muralhas, torre do relógio e torre de menagem. Percorra as calçadas entre edifícios históricos, visite a Galeria de Arte Manuela Justino e traga para casa artesanato da Casa da Lagariça.