Quando chegaram ao mercado, há cerca de 30 anos, medicamentos como o Prozac e o Zoloft foram apresentados como uma espécie de “pílula da felicidade” e revolucionaram o tratamento da depressão. O uso deste tipo de fármacos generalizou-se de tal forma que, atualmente, no mundo ocidental, estima-se que uma em cada dez pessoas esteja a tomá-los. Mas nos últimos anos começaram a levantar-se questões sobre a real eficácia destes comprimidos. Em 2022, o “British Medical Journal” publicou uma meta-análise de todos os ensaios clínicos realizados com antidepressivos e submetidos ao regulador norte-americano entre 1979 e 2016, concluindo que a eficácia é mais baixa do que se supunha. De acordo com a investigação, os antidepressivos só provocam melhorias acima do placebo em 15% dos doentes.