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Matos Gomes (1946-2025): “Nós portugueses recebemos bombons no 25 de Abril e comemo-los todos. Depois, refilámos com quem os distribuiu”

Carlos de Matos Gomes foi um dos primeiros militares a participar na conspiração do 25 de Abril de 1974. Fez três comissões em África, duas delas a comandar uma companhia de Comandos africanos. O último romance deste ‘capitão escritor’, “Geração D”, fala da geração de militares que acabou com a ditadura do Estado Novo. O Expresso republica esta entrevista no dia em que Matos Gomes morreu

Rui Duarte Silva

Foi expulso da Mocidade Portuguesa, companheiro de Salgueiro Maia no colégio de Tomar, fez três comissões na Guerra Colonial e, quando se ofereceu para ir para a Guiné, em 1972, tinha decidido que depois disso abandonaria a carreira militar por acreditar que a única solução para a Guerra Colonial era política. Foi um dos primeiros capitães a participar na conspiração que levou ao 25 de Abril, estava na Guiné nesse dia e, no 25 de novembro de 1975, na Alemanha “com o Adelino Gomes a fazer palestras em várias universidades” sobre a Revolução. Em 1982, entregou as condecorações de guerra, após o Conselho da Arma de Cavalaria ter considerado que não reunia condições para ser promovido. O parecer não foi homologado por Garcia dos Santos e foi promovido.