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O ativismo sentou-se em tribunal sem direito a falar de crise climática

No primeiro de três dias de julgamento os ativistas que bloquearam em dezembro o acesso ao túnel do Marquês, em Lisboa, não puderam invocar a razão da sua ação de protesto. O juiz só quer saber se houve ou não “desobediência” às autoridades, mas estas apresentaram testemunhos contraditórios

MIGUEL A. LOPES

“Não é preciso fazer uma declaração sobre a motivação, porque o tribunal sabe que tem a ver com questões climáticas.” Foi com esta frase liminar que o juiz Afonso Diniz Nunes impediu cada um dos 10 ativistas do movimento Climáximo, presentes em tribunal, de argumentar em sua defesa sobre o que os levou na manhã de 14 de dezembro a manifestar-se e bloquear a Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, em Lisboa, sentando-se pacificamente na via, interrompendo o trânsito que afluía ao Túnel do Marquês.