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Preços dos produtos essenciais vão subir mais de 10% no início de 2024

Com a reposição do IVA e as novas tabelas de preços, o cabaz alimentar básico vai atingir o valor mais alto de sempre

A isenção do IVA num conjunto de 46 alimentos entrou em vigor a 18 de abril deste ano, como forma de travar a subida contínua dos preços. A medida termina a 4 de janeiro de 2024
José Fernandes

Daqui a uma semana, quando for ao supermercado, vai notar que a fatura será substancialmente mais cara. A partir do dia 5, o IVA será reposto em 46 produtos essenciais, o que se traduzirá num aumento direto de 6%. Só isso já seria o suficiente para que o preço do cabaz básico de alimentos saltasse para o valor mais alto de sempre. Mas ao regresso do imposto ainda vai somar-se uma atualização generalizada do preço de vários produtos. Feitas as contas, a mesma lista de compras, monitorizada pela Deco Proteste, vai custar cerca de €250, mais €20 do que esta semana.

“Na maioria dos produtos, os aumentos poderão andar à volta dos 5%, o que, juntando aos 6% da reposição do IVA, vai traduzir-se num aumento superior a 10%. Mas há produtos que aumentarão mais. O azeite, por exemplo, poderá subir mais de 15%”, diz o diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), que representa as principais cadeias de súper e hipermercados. Gonçalo Lobo Xavier explica que estas lojas já receberam as novas tabelas de preços da indústria alimentar, “que refletem a subida de todos os custos de produção, impondo inevitavelmente um aumento dos preços finais”. O maior impacto junto do consumidor vai fazer-se sentir no final de janeiro, quando já tiverem sido escoa­dos das prateleiras todos os produtos que ainda tinham os preços antigos.