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COP28: Al-Jaber apresentou rascunho “inaceitável” por não prever fim do combustível fóssil e por atirar um país para “sepulturas aquáticas”

Al-Jaber propõe a continuação de novas centrais a carvão e a subsidiação dos combustíveis fósseis e rascunho do texto apresentado foi chumbado esta segunda-feira. Considerado “uma desilusão” para a UE e “uma sentença de morte” para as ilhas Marshall, por exemplo, o documento vai ser submetido a nova maratona de negociações nas próximas 24h horas, podendo fazer com que a COP28 não acabe na data prevista

Sultan Al-Jaber, é o presidente-designado da COP28 e simultaneamente ministro da Indústria e das Tecnologias Avançadas dos EAU e CEO das empresa estatal de petróleo Adnoc
R.SATISH BABU

Enquanto nos bastidores da Cimeira do Clima as negociações prosseguiam, a Aliança para Além do Petróleo e do Gás, da qual Portugal faz parte, e o Plenário dos Povos, organizado por várias organizações da sociedade civil, frisavam esta segunda-feira que não há outro caminho para evitar a catástrofe que não a eliminação dos combustíveis fósseis.

Porém, no rascunho do primeiro balanço global no âmbito do Acordo de Paris (conhecido como Global Stocktake), proposto a 11 de dezembro pela presidência da COP28, essa ambição não constava. Apresentado pelo staff de Sultan Al- Jaber – ministro da Indústria e CEO da petrolífera Adnoc dos Emirados Árabes Unidos e presidente da COP28 – como “um texto que reflete as ambições e constitui um enorme passo em frente” que deixava nas mãos das partes “fazer o que é melhor para a humanidade e o planeta”, o texto acabou por ser chumbado.