Entra em campo de olhos fechados, a cantar e a viver ‘A Portuguesa’, o hino nacional com o qual se emocionou, ainda este ano, no jogo de estreia de Portugal no Mundial de futebol feminino. Desta vez, as lágrimas derramadas serão outras, numa partida da Liga das Nações contra a Noruega em que se vê forçada a sair, aos 28 minutos, por uma lesão muscular “devido ao frio”, conta ao Expresso já no rescaldo da partida que se disputou em Oslo. Com uma temperatura de 9 graus negativos (e uma sensação térmica de 13 graus negativos), Portugal não conseguiu quebrar o gelo, deixando entrar quatro golos sem nenhum marcar. Crítica face ao contexto (“nunca tínhamos jogado nestas condições, não devia ser permitido jogar assim”), não se resigna perante mais uma lesão — e já teve várias na sua carreira. “Não digo que não seja difícil, mas a forma como encaramos as lesões faz a diferença. É algo normal na vida de um atleta.” Quase tão banal como a agenda preenchida da jogadora que, em estágio na Cidade do Futebol e ainda antes desta partida, gerou alguns contratempos e empurrou uma entrevista — já agendada fora de horas — do centro de treinos para a internet.
A sua vida é sempre tão ocupada?
A minha vida é bastante ativa. Neste momento está mais preenchida do que deveria, pelo facto de estarmos em todas as competições: tenho os jogos do campeonato português e os da Liga dos Campeões, que o Benfica disputa. E a juntar a isso é importante que exista um equilíbrio entre treino e descanso. Mas o meu descanso não passa só por ir para casa, para o sofá ou para a cama.