Dona Rosa está apática. Reage, mas não mexe o lado esquerdo do corpo. Tem a boca descaída. Custa-lhe abrir os olhos. Quando a enfermeira responsável pela triagem se aproxima da maca que a transporta, depois de ter sido avisada de que aquela urgência era uma via verde, pergunta-lhe primeiro se consegue abrir os olhos e de seguida como se chama. “Rosa”, responde-lhe a mulher, a custo. “Que dia é hoje?” “Quarta.” “De que mês?” “Novembro.” É tarde. E o cedo anoitecer dos dias de inverno faz parecer que é até mais tarde do que parece. Pelas seis horas, pouco mais, dona Rosa, de 78 anos, entrou no Hospital de São João diretamente para a sala de emergência, com suspeitas de ter sofrido um AVC. O neurologista de serviço, notificado diretamente pelo INEM, já lá se encontrava à espera dela.
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