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João Goulão: “O preço do álcool devia ser proibitivo e o patrocínio de bebidas alcoólicas no desporto completamente banido”

Portugal perdeu capacidade de resposta para o tratamento de pessoas com dependência e as listas de espera avolumam-se. Se nada for feito, o país corre o risco de regredir aos anos 90, assume o coordenador Nacional para os Problemas da Droga e Uso Nocivo do Álcool. Para melhorar a atuação nesta área está em curso uma reestruturação dos serviços, que passa pela criação de um novo instituto [Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências], com mais poderes. Em entrevista ao Expresso, João Goulão sublinha a urgência de reforçar os meios e de restringir a venda de álcool, com preços proibitivos. O patrocínio de marcas de bebidas a equipas e eventos desportivos “deve ser banido completamente”, diz

A que se deve a criação de um novo instituto?
Na altura da troika, foi extinto o Instituto da Droga e da Toxicodependência e criou-se o SICAD, mas a intervenção direta no terreno passou para a competência das administrações regionais de saúde, o que criou algumas entropias. Em vez de haver um comando único, passou a ser tudo mediado, logo mais burocrático e difícil. Houve uma diminuição da capacidade de resposta, dificultando, por exemplo, a entrada em tratamento de potenciais utentes. A prioridade, neste momento, é eliminar as listas de espera e garantir que quem precisa de ajuda tem uma resposta.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.