Em agosto, Patrick Drahi aproveitou uma conferência de apresentação dos resultados do grupo de telecomunicações de que é dono, a Altice, para se demarcar do antigo sócio Armando Pereira, dizendo-se chocado e profundamente desiludido com o empresário português e considerando-se uma vítima de traição caso se confirme em tribunal os indícios recolhidos até agora pelo Ministério Público (MP) em Portugal.
Drahi referia-se à possibilidade de Armando Pereira ser condenado no inquérito-crime conhecido como Operação Picoas por crimes de corrupção no sector privado, branqueamento de capitais e falsificação de documentos, num esquema em que alegadamente aproveitou a sua relação privilegiada com a Altice — enquanto acionista, administrador e mais tarde consultor — para obter contratos de fornecimento de serviços e produtos em que empresas controladas por si cobraram preços anormalmente elevados, num total de €660 milhões no intervalo de apenas cinco anos.