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“Não queremos matar mais nenhum jornalista”: um ano depois do assassinato de Rafael Moreno, o Forbidden Stories voltou à investigação

A investigação final do colombiano Rafael Moreno, sem dúvida uma das mais perigosas, é sobre um vasto sistema de extração de recursos naturais do rio de San José de Uré que poderia beneficiar muitas das figuras políticas da região

Aïda Delpuech (Forbidden Stories), com Sofía Álvarez Jurado (Forbidden Stories), Claudia Julieta Duque (Cuestión Pública) e Pascale Mariani (France 24)

José Bula Moreno, um estudante de direito de 23 anos, era um adolescente quando soube que queria seguir uma carreira política. Há quatro anos que se prepara para as eleições regionais na sua cidade natal, Puerto Libertador, uma pequena cidade no norte da Colômbia. A segunda volta, prevista para o final deste mês, decidirá se ele ganhará um lugar na assembleia municipal.

Enquanto isso, Espedito Duque, 57 anos, líder de um partido da oposição e com mais de uma década de experiência, está a tentar um regresso político, concorrendo a um segundo mandato como presidente de câmara.

Apesar dos antecedentes muito diferentes destes dois homens, as eleições desenrolar-se-ão à sombra de um homem: o jornalista Rafael Moreno, assassinado há um ano por um pistoleiro local.

José Bula, sobrinho de Moreno, usa agora a sua plataforma política para honrar o legado do homem que considerava um pai. “Não há um discurso que eu faça sem citar o nome dele [...] é inconcebível esquecer o bem que ele fez para a nossa cidade”, diz Bula.