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“Lóbis do álcool e do tabaco pagam aos cientistas pela verdade que querem. O vaping não é melhor que fumar, isso é marketing”

Carina Ferreira-Borges, coordenadora regional da OMS Europa para a área do álcool, drogas e saúde nas prisões, passou os dois últimos anos mais centrada na importância das doenças não transmissíveis — cancro, diabetes, patologias cardíacas e respiratórias —, responsáveis por nove em cada dez mortes euro­peias. Alerta que se está a perder a luta contra os fatores de risco, como o tabaco ou as bebidas alcoólicas, e que os Governos deviam ter a coragem de pôr as pessoas à frente dos interesses económicos e dos lóbis. Vai dizer isso mesmo nos dias 29 e 30 de setembro, quando regressar por uns dias a Portugal — de onde saiu em 2006 — como oradora do Global Health Forum, em Cascais

Carina diz que a sociedade pouco aprendeu com a pandemia
D.R.

Raquel Moleiro

O que aprendemos com a pandemia?
Estamos longe do que se poderia ter aprendido. Percebeu-se que a economia sofre quando não há saúde, mas tenho algumas reservas de que essa constatação se está a refletir nos investimentos atuais para que se seja capaz de responder à próxima epidemia. O que eu queria mesmo era que se tivesse percebido a importância fulcral das doenças não transmissíveis, como o cancro, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias, e os fatores de risco que estão na sua origem, como o álcool, o tabaco ou a obesidade. Vimos o impacto que tiveram no aumento da mortalidade na covid. É urgente virar o foco para aí.

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