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Justiça ainda não conseguiu fazer a perícia a Salgado e exige agora ao INML que marque uma com 30 dias de antecedência

Diligência foi adiada três vezes e há dois tribunais com a mesma pergunta: Salgado consegue defender-se?

Marcos Borga

O Tribunal Cível de Cascais ordenou ao Instituto Nacional de Medicinal Legal (INML) que marque novas datas para a rea­lização de uma perícia neurológica a Ricardo Salgado. Desta vez, o juiz pede aos responsáveis do Instituto que marquem a diligência “com 30 dias de antecedência”, para ter tempo para notificar o visado: Ricardo Salgado, ex-presidente do Grupo Espírito Santo (GES), arguido, acusado e condenado em vários processos-crime, que alega sofrer de doença de Alzheimer e não ter, por causa disso, condições para depor e para se defender nos vários processos.

O aviso do juiz e a imposição de um prazo de 30 dias para a marcação da perícia deve-se ao facto de, segundo o despacho a que o Expresso teve acesso, a perícia ter sido marcada três vezes e nunca se ter realizado. Numa das vezes, Salgado estava de partida para a Suíça, com autorização do tribunal para a realização de tratamentos médicos; nas outras, a defesa do arguido não foi notificada. Segundo a SIC, que avançou com esta notícia, o INML propôs novas datas para setembro, mas terão sido comunicadas ao tribunal durante as férias judiciais e por isso ficaram sem efeito. O Expresso contactou o INML para saber se já há uma resposta ao pedido do juiz e novas datas para a realização da perícia, mas não obteve resposta.