Um sismo de magnitude 6,8 atingiu Marrocos nesta sexta-feira à noite, de acordo com o Centro Alemão de Investigação em Geociências (GFZ), citado pela Reuters. De acordo com relatos nas redes sociais, o sismo foi sentido em países como Portugal, Espanha, Mali ou Argélia.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirmou que o abalo foi sentido em várias localidades de Portugal, sem registo de danos. De acordo com o organismo, o sismo, "até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III/IV (escala de Mercalli modificada) nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal)".
"Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra (Coimbra), Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odivelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), refere o IPMA, que admitiu a possibilidade de emitir novos comunicados sobre o assunto.
O sismo, que ocorreu às 23h11, foi registado nas estações da Rede Sísmica Nacional e teve um epicentro que se localizou a cerca de 65 quilómetros a sudoeste de Marraquexe. Segundo os 'media' marroquinos, o sismo fez com que muitas pessoas saíssem para as ruas de Casablanca, Rabat, Marraquexe e Agadir. As linhas telefónicas foram interrompidas. Um segundo tremor de 4,9 foi registado a nordeste de Taroudant (200 quilómetros a sul de Marraquexe) cerca das 23h30.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que regista a atividade sísmica em todo o mundo, indica que o epicentro se situou na na localidade de Ighil. O terramoto ocorreu a uma profundidade de 8 quilómetros, de acordo com a mesma fonte.
Segundo testemunhas citadas pela agência Efe, o tremor foi sentido em cidades do norte como Larache, a 550 quilómetros do epicentro, bem como em Casablanca e Rabat, a 300 e 370 quilómetros, respetivamente, onde os habitantes saíram às ruas para se protegerem de um segundo possível sismo.
Sofía Catalá, espanhola que vive no centro de Marraquexe, explicou à Efe que durante o terramoto "o solo começou a mover-se como se fosse um bombardeamento". "Achei que o prédio estava a cair, agora todos estão na rua de pijama", acrescentou.
Minutos depois do terramoto, desde a rua, Catalá indicou que, devido ao tremor, todos os moradores do seu prédio saíram e que grades e outros objetos caíram das varandas, mas acrescentou que não viu nenhum prédio ao seu redor com danos significativos.
Said, morador de Casablanca, confirmou à Efe que sentiu o terramoto. "Não foi muito forte, mas durou 15 segundos sem parar. Liguei imediatamente para a minha família em Marraquexe e lá foi forte, até a minha cunhada desmaiou de choque", explicou.
Na terça-feira, quatro sismos foram sentidos em Portugal continental: em Albufeira, Olhão, Évora e Arouca – algo que terá sido apenas uma coincidência temporal.