A rua onde mora Inês de Castro, em Benfica, tem apenas um sentido. A entrada para a sua casa fica mais ou menos a meio e, mesmo junto à porta, o lugar reservado para pessoas com mobilidade condicionada que pediu à Câmara Municipal de Lisboa para reservar deixou de ser apenas seu - um direito que pode ser exercido por qualquer pessoa com deficiência. Inês, que se desloca em cadeira de rodas, tem um sistema instalado no carro para assistir a tirar e a pôr a cadeira de rodas precisa especificamente daquele lugar. “A minha vida mudou a 27 de maio”, conta ao Expresso Inês, de 55 anos.
O lugar que lhe foi atribuído, com o número do seu dístico, deixou de ser apenas seu. “Até então, se alguém estivesse estacionado no meu lugar, ligava à polícia, vinham, multavam e rebocavam.” Naquele dia, nem multaram, nem rebocaram, argumentaram que era uma nova norma e que a sinalização com o número do dístico de Inês era inválida.