Sociedade

Calaram-se os instrumentos, desligaram-se as luzes, mas o Stop não se apaga [fotogaleria]

Uma odisseia fotográfica no Stop, uma jóia da cultura do Porto que, de dia para dia, vai perdendo o brilho que a comunidade de 500 músicos lhe dava

Inaugurado em 1982, o Centro Comercial Stop parecia, em meados da década de 1990, condenado ao esquecimento e à penumbra, mas a comunidade de músicos que lá se foi fixando transformou um espaço destinado a compras num lugar de partilha, onde a produção artística fervilha. O shopping de primeira geração resistiu e transformou-se numa jóia cultural do Porto, um organismo vivo e animado pelo movimento underground da Invicta.

Agora, desde que nesta terça-feira a Câmara Municipal do Porto mandou a polícia selar 105 das 126 lojas usadas como salas de ensaio ou como estúdios de gravação, um silêncio ensurdecedor deixou o Stop mais sombrio. A cada dia se apaga mais uma luz. A cada dia se desliga mais um instrumento sem lugar certo para onde ir.

Nas paredes, autênticos murais cheios de arte e de cultura, permanecem indeléveis os desenhos, as mensagens e os autocolantes, manifestos de uma corrente de pensamento que quer do Porto uma casa – com todos os seus defeitos – e não uma marca. “Morto.”, sentencia um cartaz, num trocadilho com o slogan da cidade.