O Observatório do Racismo e Xenofobia português informou esta segunda-feira (24) à ministra da Igualdade Racial brasileira, Anielle Franco, que vai criar um prémio com o nome da ativista Marielle Franco, para premiar investigadoras que tratem do racismo e xenofobia.
"[No encontro com o observatório português] eles disseram que vão criar um prémio Marielle Franco, com o nome da minha irmã, dando visibilidade, premiando pesquisadoras que tragam trabalhos de combate ao racismo e xenofobia", afirmou a governante em entrevista à Lusa, mostrando-se muito "honrada com o prémio".
A ministra brasileira, que é irmã da ativista que morreu assassinada em 2018 e que se tornou um símbolo das vítimas da violência política no Brasil, destacou que Marielle, de quem se assume "herdeira espiritual", é um símbolo "da falta de acesso à mulheres negras a diversos setores" e também "uma violência política extrema que cresce" em todo o mundo, no quadro da polarização e dos extremismos existentes.
No Brasil, houve "uma polarização muito grande nos últimos anos, politicamente falando e ideologicamente também", com um "populismo e essa onda crescente de ódio", da desinformação também acentua a violência, afirmou a ministra, que diz nunca esquecer a irmã nas suas posições políticas.
"A gente tem uma missão de falar dos que já se foram, mas que deixaram tantos exemplos, tanta força" para os tempos atuais, justificou a ministra, que integrou a comitiva oficial do Governo brasileiro na visita de Estado de quatro dias a Portugal de Lula da Silva, que terminou esta terça-feira.